Livros que merecem flores
Rosas, mesmo depois de murchas, não
morrem nunca,
pois suas pétalas ficam guardadas qual
tesouros,
por entre as páginas do meu coração...
Nesta
manhã de sol (e de diarista, felizmente!), dediquei-me a uma tarefa que aprecio
muito: espalhar pétalas de rosas por dentro dos livros que gosto. Minha rosa do
dia dos namorados não poderia ter destino diferente. E lá foram elas:
“Mulheres
de aço e de flores”, do Pe. Fábio de Melo, mereceu a maior parte delas.
Mulheres merecem flores, sempre. Ainda mais estas tão fielmente retratadas.
“A cura pelo amor”, do Pe. Alir
Sanagiotto, merece uma pétala especial na dedicatória. Foi um amoroso presente
de uma das minhas amigas mais queridas. Não concordo muito com algumas das
colocações do autor. Mas ele tem razão numa coisa: o amor é uma excelente cura.
“Ostra
feliz não faz pérolas”, mereceu duas pétalas. Rubens Alves faz críticas às
religiões de modo geral, mas mesmo assim gosto da visão que ele tem de Deus. É
preciso conhecer os dois lados da moeda para poder julgar. Se é que temos o
direito de julgar.
“Paixão de Anunciar” leva pétalas na
página 29, 32, 34, 47, 49, 58, 62, 70, 83 e 91. São meus textos preferidos.
Recomendo a todos os catequistas que os leiam, duas, três, quatro vezes. É um
lembrete diário do que deve ser a missão de catequista. Muitos outros textos levariam
pétalas se estivessem no livro. Pétalas virtuais servem?
“A distância entre nós”, livro da
escritora Thrity Umrigar, de origem Hindu, (cultura tão em moda ultimamente),
merece uma pétala, na página que estou lendo. Ainda estou longe de acabar e não
posso fazer comentários.
E
finalmente, pétalas vão para a minha Bíblia de Jerusalém. Para o Livro do Deuteronômio, que aprendi a ler
e amar nos últimos tempos, principalmente devido aos estudos sobre a Bíblia na
catequese. O Deuteronômio ou “Segunda Lei” (gosto mesmo de renovações!), é uma
atualização do Código da Aliança. Nele estão contidas as colunas básicas de
nossa religião e o poderoso “Shemá!”
(Ouça!), chamada veemente à Escuta da Palavra. Mandamentos como “Ama a teu Deus com todo teu coração, com
toda a tua alma e com toda a tua força!”, estão lá.
Pétalas
cumprem bem melhor o papel de destacar partes de uma leitura do que simples
marcadores de páginas. Quando pego um livro com um marcador de páginas no meio,
sei que ainda estou lendo. Tenho livros com marcadores abandonados lá, há anos.
Quando folheio um e encontro uma pétala, sei imediatamente o quanto amei aquela
leitura. O quanto aquele autor me marcou. Mário Quintana, Érico Veríssimo,
Clarice Lispector, Shakespeare, para mim são verdadeiros canteiros de rosas.
Sobraram
duas pétalas. Estas eu vou guardar comigo. Quero colocar num livro especial. ...
que ainda não está nas livrarias.
Angela
Rocha
15/07/2009
E
lá fui eu, hoje, dia da morte de Rubem Alves, cinco anos depois que escrevi
este texto, buscar entre meus tesouros os livros dele...
E
lá encontrei, na página 201, minha pétala de rosa...
Foi
lá que aprendi, com o Rubem, os 33 nomes de Deus.
Que lindo amada, o gesto das pétalas, sua sensibilidade... agora fiquei com vontade de ler os livros que ainda não li rsrsrs bjo
ResponderExcluirSaudade de você...
ExcluirQue alma linda! Sensível ... criativa ... culta ... Parabéns, Ângela! Não bastasse tão excelente catequista, tens alma de poeta! rsrs Beijos!
ResponderExcluirObrigada pelos elogiosos comentários... rsrsrs... gosto de escrever e tudo que a gente faz com amor, fica bom...
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